Feedback sobre o NosqlBA 2019

14 Apr 2019 » evento, nosql (aproximadamente 4 minutos de leitura)

Introdução

O objetivo desse post é falar um pouco sobre o estado da organização de eventos técnicos em Salvador e o feedback que tenho recebido de algumas para levantar algumas reflexões sobre a comunidade soteropolitana e juntos pensemos em como melhorarmos a nossa inclusão na construção do conhecimento compartilhado.

Um pouco sobre o evento

Escrevi dois posts para trazer uma visão geral do nosqlba 2019 e um pouco dos números desse evento.

Esse ano tivemos a participação de 40 pessoas e 1 dia de evento. Em outros anos, o sábado já teve entre 50 e 60 pessoas, e sempre foi o dia mais cheio. Entretanto vieram alguns questionamentos para nós que organizamos sobre canais de divulgação e mecanismos usados.

Um pouco sobre funcionamento de comunidade

Normalmente utilizamos o Twitter do Java Bahia, Facebook do Java Bahia, linkin e twitter pessoais dos atuais membros do Java Bahia e através de pedidos de divulgação em grupos de whatsapp, telegram. Normalmente divulgamos os eventos para os coordenadores das principais de faculdade de Salvador, bem como professores, mas não temos como garantir o alcance da chegada disso, até porque, algumas instituições por questões de mercado e concorrência não veem com bons olhos que eventos promovidos em outras instituições sejam divulgados dentro da sua rede.

Ai, vamos para empresas. Já buscamos gerentes, coordenadores, líderes e funcionários das maiores empresas de Salvador, e normalmente quando falamos de eventos, o retorno sempre é que não tem verba ou suporte para promoção. Como gostamos de tecnologia e acreditamos que a melhor forma de aprendizado é através do compartilhamento de conhecimento, seguimos, independente de apoio financeiro ou não.

As pessoas não tem noção do esforço necessário para construir um evento gratuito ou com valores simbólicos e exigem, em alguns momentos, como se nós, que nos propomos em organizar, tivessemos que carregar todo o evento sozinhos.

Comunidade, funciona de maneira colaborativa galera. Desmestifiquem isso. Acontece isso dessa forma em todo lugar do mundo. Já conversei com líderes de comunidades de outros lugares e as coisas acontecem basicamente porque existem pessoas apaixonadas pelo conhecimento que se entregam e não buscam lucro, mas sim, a promoção do conhecimento, como ferramenta de melhoria coletiva.

Quando entrei para o Java Bahia, meu único objetivo era tentar colaborar com o que eu sei fazer, programar. Java, embora não seja a linguagem mais querida do mundo, é a ferramenta que garante meu ganha pão a alguns anos. Não fui formado como programador Java, meu curso é de bacharel em Informática e linguagem é apenas ferramenta pra resolução de problemas.

Vou tentar esclarecer os feedbacks passados no formulário para que as pessoas entendam como funciona e até participem mais do processo.

Sobre os assuntos

Sobre a construção de eventos, abrimos para call 4 papers (c4p) e aguardamos que pessoas tenham o mesmo interesse que nós em compartilhar o que estudam, aplicam no seu dia a dia. Se não temos tópicos sobre mais assuntos, é meramente porque não há submissão. Vontade de fazer evento de 3,4 dias não falta.

Sobre divulgação

Para fazer panfletagem é necessário investimento, para fazer imersão em empresas é necessário um canal de duas vias. Temos isso muito fraco com as empresas que rodam aqui em Salvador. Nos falta, sair da zona do conforto, provocarmos nossos colegas, chefes, gerentes, sobre a importância disso. Vejo poucas empresas apoiarem esse tipo de evento. Esse ano, tivemos apoio da Jus Brasil que nos cedeu dois excelente palestrantes (Andrews Medina e Leonardo Gamas). Mas independente disso, depende basicamente da própria comunidade para que as coisas aconteçam.

Conclusão

Eventos gratuitos ou não, normalmente tem baixa adesão e os frequentadores sempre comentam “poxa, pena que deu pouca gente”. A minha resposta normalmente sobre isso é: “Que bom que você veio e que bom que aprendeu algo, no próximo tente trazer um colega, ajude na divulgação e assim, cresceremos como grupo, como comunidade.”.

Trabalho de comunidade, é trabalho de formiguinha e feito sem necessariamente retorno financeiro. Importante as sugestões de melhorias, importante críticas, mas somos nṍs, habitantes da comunidade que tornaremos ela mais forte ou não. Vejo muita gente reclamando da cena de SSA sobre projetos, tecnologias, mas gerentes e diretores, esperam que os técnicos tragam opções mais seguras, produtivas e bem fundamentadas de formas de produção do trabalho. Como saberemos sobre o que existe no mundo, frequentando apenas nossa bolha do a a dia? Fica a reflexão.

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